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Obesidade: cirurgia ou medicamento?
Antonio Carlos do Nascimento
16/12/2024 | 08:44
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Fernandes

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O surgimento de medicamentos para o tratamento de obesidade que promovem perdas médias de peso maiores que 20% tem provocado indagações acerca do futuro das cirurgias bariátricas. 

O motivo destes questionamentos parte da suposição de que a indicação para procedimento cirúrgico possa ser substituída pelos inovadores fármacos antiobesidade, já que os resultados conquistados estão virtualmente emparelhados, contudo, este entendimento é equivocado e carece de esclarecimentos.

A média de emagrecimento do tratamento medicamentoso é estabelecida entre respondedores fracos e fortes, com percentuais distantes de perda ponderal entre os extremos, enquanto para aqueles submetidos à bariátrica os percentuais de emagrecimento que estabelecem as médias são bem menos discrepantes.

Os estudos que validaram os mais novos remédios antiobesidade, Semaglutida e Tirzepatide, tiveram taxas de abandono decorrentes de efeitos colaterais entre 6 e 7%, enquanto desistência não é exatamente uma opção no pós-operatório de cirurgia bariátrica.

>Aqueles submetidos às cirurgias alcançam rapidamente o decréscimo ponderal e muito embora 10 a 35% reganhem peso passados os primeiros cinco anos, a maioria permanece sob as benesses dessa intervenção. Para os que emagrecem com esta vanguarda medicamentosa, o novo peso parece ser sustentado, mas é devolvido na quase totalidade com sua retirada.

A cirurgia é ainda a única conduta resolutiva para os super obesos, com IMC >50 {IMC = peso (kg) ÷ (altura x altura) (m)}, enquanto no excesso de peso incipiente o tratamento medicamentoso seja o mais lúcido.

A verdade é que essas duas opções não se excluem, sendo possível introduzir fármacos para conter reganho ponderal pós-operatório, assim como, adotar a condução cirúrgica àqueles não responsivos à farmacoterapia.

Sem que observemos os custos, será ainda opção do paciente administrar medicamentos para sempre (ao menos até onde sabemos), ou, aceitar a bariátrica e suas reposições minerais e vitamínicas eternas.

Parece-me, porém, que para as duas condutas a melhor escolha seria utilizá-las precocemente, quando a deflagração do processo engordativo se insinua e já não responde às medidas conservadoras, estaríamos então, contendo custos e todos os danos que se instalam pelo excesso de gordura corporal.

Enquanto aguardamos o crivo da ciência, façamos uso do bom senso!




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